PBL estratégia participativa de ensino-aprendizagem (ABRP)

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ABRP (PBL) como lugar de exercício de cidadania educacional (Macedo, 2018) 

Fig. 1- Pilares, Fundamentos e Desenvolvimento

Passo 1 – para conhecer o problema-causa-questão a ideia de partida é intencionalmente mal definida, deixando espaço para uma investigação minuciosa, a partir das vozes jovens, com exploração de novas componentes necessárias à proposta final de uma solução viável

Passo 2 – na equipa-turma – face ao que já sabemos, ou que pensamos saber, importa apurar a distinção entre factos e opiniões, verificando as fontes e a sua legitimidade

Passo 3questionar o que precisamos de saber sobre o problema-causa-questão, as suas causas, pessoas e entidades envolvidas, etc. 

Passo 4 – nas equipas, face aos seus interesses/ saberes/ competências – planear a organização da pesquisa, numa tomada de decisão dialógica. 

Passo 5 – face ao plano da equipa – pesquisar individualmente na construção do próprio saber, com consulta online ou/e em documentos e estudos, visitas in loco, registo fotográfico, entrevistas… para uma sistematização pessoal

Passo 6 – partilha da pesquisa individual – dar conta da pesquisa, primeiro, à equipa e, depois, à equipa-turma, numa relação de co-laboração

Passo 7usar informação para desenvolver soluções, com incorporação no ‘produto final’. Este ‘produto’ diz respeito à proposta de solução em si, numa base concetual, não tendo necessariamente que ser construído materialmente; este produto/solução idealizado dá corpo ao estudo da equipa-turma, articulando as pesquisas das equipas. 

Passo 8Refletir sobre o processo de resolução de problemas – discussão, ao longo do processo, nas e entre equipas para aferir procedimentos e achados, e reajustar ‘soluções’, e atinge o seu clímax na apresentação à comunidade num sistema em dupla reflexão. 

É ainda interessante referir que a questão da avaliação no PBL tem sido objeto de controvérsia, na tensão entre avaliar e não avaliar, e o que avaliar. 

PBL (ABRP) enquanto estratégia participativa de ensino aprendizagem

Em síntese, o PBL permite que as e os estudantes aprendam, enquanto se envolvem ativamente em problemas significativos, uma “construção ativa e reflexiva do conhecimento para a ação (Hmelo & Guzdial, 1996). De acordo com Hmelo-Silver (2004), o objetivo final do PBL é ajudar as e os estudantes a tornar-se intrinsecamente motivados pela educação, aprendendo com base nos seus próprios interesses e desafios, o que melhora a sua implicação e o seu sentido de que a educação lhe pertence. A equipa de investigação promoveu o uso da Aprendizagem Baseada na resolução de Problemas nas seis instituições, como meio de incentivar docentes e estudantes para refletir sobre problemas-causas-questões que identificaram nas suas instituições educativas ou ambiente local, buscando ativamente soluções criativas, enquanto desenvolvem competências baseadas na resolução de problemas. Isto constitui um meio para envolver as e os estudantes em metodologias participativas, capacitando-os para “se tornarem aprendentes ativos” “responsáveis ​​pela sua aprendizagem” (Hmelo-Silver, 2004: 236). Abre-se espaço para a criatividade tanto na resolução de problemas quanto nas decisões analíticas da investigação, revelando resultados novos e úteis (Selby, Shaw & Houtz, 2005; Cancer & Mulej, 2013).

Embora “a aprendizagem baseada na resolução de problemas seja considerada por muitas pesquisas como o método instrucional mais inovador até hoje” (Hung et al, 2009:492) e “tenha sido amplamente adotada em diversos campos e contextos educacionais para promover o pensamento crítico e a resolução de problemas, resolvendo situações autênticas de aprendizagem” (Yew & Goh, 2016:75), parece que faltam estudos sobre ABRP nas instituições educativas e nos seus currículos. Ainda assim, são necessárias investigações aprofundadas para entender o potencial do PBL para motivar as e os estudantes e apoiar as instituições e as e os seus profissionais com estratégias criativas e inovadoras. Além disso, há menos estudos que focam todo o processo PBL, particularmente as atividades específicas de aprendizagem que ocorrem em todas as fases, bem como os seus impactos nas competências e capacidades das e dos estudantes. Trabalhar com a ABRP no ensino secundário, com o objetivo de apreender os mecanismos de funcionamento e os seus efeitos, aliada a uma abordagem de tipo etnográfico, sublinha a qualidade inovadora do desenho metodológico da proposta EduTransfer. Ao recorrer à Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas, como ferramenta pedagógica e técnica de investigação, a equipa de investigação não apenas observou práticas existentes, mas também incentivou as e os atores das instituições educativas (jovens e profissionais) para refletirem sobre suas próprias práticas e desafios educacionais. O PBL permitiu ainda a observação e experimentação de um conjunto de competências e capacidades identificadas pela OCDE como essenciais para o século XXI, que também foram consideradas essenciais para todos os cidadãos e cidadãs, no Horizonte 2020. Nesse sentido, esta proposta fomentou um processo quase ‘natural’ de mudança institucional, ao apoiar profissionais e jovens no desenvolvimento da aprendizagem.

PBL (ABRP) as a participatory teaching-learning strategy

In brief, PBL enables students to learn while engaging actively with meaningful problems, an “active and reflective knowledge-building-for-action (Hmelo & Guzdial, 1996). In line with Hmelo-Silver (2004), the final goal of PBL is to help students become intrinsically motivated in schools by learning on the basis of their own interests and challenges, which improve their sense of ownership and engagement. The research team will promote the use of Problem Based Learning in the six institutions, as a means to encourage both teachers and students to reflect upon problems they identify in their schools or local settings and actively seek creative solutions, while developing problem-based skill. This constitutes a means to engage students in participatory methodologies by empowering them to “become active learners” “responsible for their learning” (Hmelo-Silver, 2004: 236). This renders space for creativity in both problem solving and analytical decisions in research, uncovering new and useful outcomes (Selby, Shaw & Houtz, 2005; Cancer & Mulej, 2013).

Even though “problem-based learning is considered by many researchers to be the most innovative instructional method to date” (Hung et al, 2009:492) and “has been widely adopted in diverse fields and educational contexts to promote critical thinking and problem-solving in authentic learning situations” (Yew & Goh, 2016:75), it seems there is a lack of studies on PBL in educational institutions and the curricula. Still, in-depth research is needed to understand the potential of PBL to motivate students and support schools and teachers with creative and innovative strategies. Moreover, there are fewer studies that focus the entire PBL process, particularly the specific learning activities that take place within all phases and their impacts on students’ competences and skills. Resourcing to PBL in upper secondary education, with the objective to grasp the mechanisms behind how it works and its effects, allied to an ethnographic line of approach, underlines the innovative quality of the methodological design of this proposal. By using Problem Based Learning both as pedagogical tool and research technique, researchers not only observed the existing practices but encouraged school stakeholders (young people and professionals) to reflect upon their own practices and educational struggles. PBL will also allow the observation and testing of a set of competences and skills identified by the OECD as essential for the 21st century, which are also essential for every citizen in the 2020 Horizon. In this sense, this proposal may foster an almost ‘natural’ process of institutional change, by supporting teachers and students in the development of learning.

Para citar (APA7): Edutransfer (2022). PBL estratégia participativa de Metodologia do projeto e momentos-chave da execução [website]. 
https://edutransfer.fpce.up.pt/pbl-estrategia-participativa-de-ensino-aprendizagem/