O projeto opta pelo desenvolvimento de uma pesquisa participativa, que parte do conhecimento dos contextos para a intervenção com jovens e profissionais. Numa articulação coerente com os princípios teóricos de uma pesquisa sensível e implicada nos processos que observa e analisa, a observação participante, na linha de um trabalho etnográfico, permitiu recolha e análise de dados sendo complementada pela discussão focalizada em
grupo, que se sustenta nas vozes das pessoas participantes. O recurso a estes métodos permite cruzar as perspetivas da equipa de investigação, mais sustentadas na observação, e as perspetivas das e dos atores, que foram ouvidos e tidos em conta na investigação. A presença continuada da equipa (presencial e online) no terreno de investigação permitiu proximidade às questões em análise e às pessoas participantes.
O projeto investiu numa estrutura de comunicação interna sólida, sustentada numa gestão continuada e no envolvimento das e dos participantes nos processos de comunicação e gestão através de sucessivos momentos de encontro e debate com a equipa de pesquisa e entre as diferentes instituições intervenientes. O registo e reflexão detalhados de todos os momentos e processos do projeto permitiram maior transparência e transferibilidade entre as entidades envolvidas.
A entrada e relação com as instituições educativas, iniciada com observação e conversas intencionais com pessoas chave, foi antecipada por formação da equipa de investigação, tendo assumido, ao longo do projeto, os contornos que se descrevem abaixo.
Formação interna
- Formação concetual e metodológica da equipa em torno da Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas (ABRP)
Seleção de contextos
- Seleção de instituições de ensino e formação:
- 2 escolas secundárias
- 2 escolas profissionais
- 1 centro de formação
- Turmas: 10º ao 12º ano – cursos científico-humanísticos, cursos profissionais e cursos de aprendizagem
- Investigação-ação:
- relação de proximidade com as escolas, envolvendo ciclos sucessivos de escuta e criação de sentidos, ação e reflexão que levou a sucessivos reajustamentos, tendo em conta as preocupações e necessidades manifestadas pelos atores contextos educativos
Conhecimento dos contextos
- Observação participante, notas de terreno e entrevistas exploratórias com atores e atoras-chave
- Recolha, leitura e análise de documentos das escolas: projetos educativos, regulamentos, planos de atividades, estatutos, entre outros…
Formação com profissionais
Formação com 32 docentes/formadores e formadoras
- 2 edições de oficinas de formação acreditadas – 18 h de trabalho direto presencial e 18 horas de trabalho autónomo
- produção de relatórios-reflexivos individuais sobre implementação em contexto educativo/formativo
- envolvimento de estudantes e docentes como ‘formadores’ no novo processo de formação
Formação com jovens
- 5 oficinas de formação, envolvendo 70 jovens
Acompanhamento e monitorização da implementação
- Diferentes fases de acompanhamento e observação da implementação da ABRP, com crescendo de autonomia pelas instituições – intervenção direta com as escolas – realização de sessões presenciais e online (nos meses de confinamento) – até ao final do ano letivo 2020/2021 – 17 processos de ABRP desenvolvidos nas IEF
- Diferentes fases de Discussão Focalizada em Grupo com docentes, com jovens e com decisores e decisoras políticas
- Questionários online e reuniões com estudantes e docentes de monitorização e de avaliação
Sistematização e disseminação dos achados
- Elaboração e discussão do documento “Recomendações e Implicações Políticas. Do cumprimento da tarefa à apropriação do conhecimento e da democracia”
- Disseminação – artigos, comunicações nacionais e internacionais (AIBR 2021, ECER 2021 e ESA 2021); página do Facebook do Projeto
Para citar (APA7): Edutransfer (2022). Metodologia do projeto e momentos-chave da execução [website].
https://edutransfer.fpce.up.pt/metodologia-do-projeto-e-momentos-chave-da-execucao/